Sempre achei tão complicado essas coisas de romance. Preferia me deixar de fora, olhar os apaixonados como idiotas de cinco dias e odiar perpetuamente as datas mais românticas. No fundo eu me acreditava sem essa capacidade. Achava que quando abriram as inscrições lá no céu para o “seu par na Terra” eu tivesse ficado pra trás, provavelmente passado pela porta com Blink 182 nos ouvidos e lendo mais um livro do Markus Suzak. Mas, como muitas outras coisas (um número cada vez mais crescente delas), eu estava errada. Talvez esse tenha sido o meu erro mais maravilhoso, por que você chegou. E você não tem cavalo branco, mas tem aquele jeitinho de aparecer meio como quem não quer nada, depois de ter esperado uma hora só por que eu disse que era o tempo que eu precisava pra ficar pronta. Você tem aquele cheiro perfeito, que fica em mim até quando você já foi embora. E quando você vai embora, eu fico vazia. Você me coloriu de novo. Você trouxe tudo o que era bom de novo. Agora eu canto na rua de novo. Eu rodopio pelas salas de novo. E sorrio aquele sorriso de mil metros, que chega até os olhos e depois desce tudo de novo. Você me mostrou uma nova eu, eu olha que eu nem tava incomodada com a velha. Antes de você eu tinha medos, uma mala cheia deles. Você a abriu e espanou comigo todos eles. Agora eu tenho mais uma mala vazia que eu posso preencher com sonhos novos. Você me faz sentir a exceção, o último biscoito de passatempo recheado do mundo. E você me chama de bebê, e me abraça apertado com medo que eu fuja. Você não sabe que o único medo que você não conseguiu espanar foi exatamente aquele que você trouxe quando chegou; o de que você vá embora. Então eu disfarço como sempre fiz, por que eu sempre lidei com essas coisas muito bem. Só que pela primeira vez o meu amor é retribuído na mesma intensidade. E é assustador perceber o poder que isso me dá. Como o mundo fica pequeno só de me saber amada. O mundo ficou pequeno por que você chegou. Ele ficou pequeno, colorido e maleável que nem aquela massinha de modelar que você riu quando eu disse que queria. Ele voltou a ser belo de um jeito só meu, e por ironia do destino, ele é belo por que eu virei uma idiota apaixonada.
Ah, Carol. Escreves com uma leveza que faz os meus olhos percorrem numa velocidade incessante de quer saber o final da história. Muito bom!! Te amo.
ResponderExcluirOxi que texto mais bunitinho
ResponderExcluirobs: eu tbm adoro seu espanador...
Concordo com a leveza que a Carol disse... que lindinho.
ResponderExcluir